Fornecedores e consumidores conectados através de um aplicativo (algoritmo) no smartphone. No próprio app eles se auto avaliam com estrelas, pontos e depoimentos, construindo assim uma reputação online, podendo um dos dois serem descredenciados se a nota for abaixo de um limite, e, tudo, a um custo competitivo.
Qual a novidade?
Nenhuma.
Está em nosso dia a dia quando pegamos um Uber, pedimos comida no iFood, reservamos um quarto via Airbnb, pedimos um táxi da 99táxi ou mesmo contratamos uma faxineira pra limpar nosso apartamento, um cuidador pro cachorro enquanto viajamos, guinchos quando o carro quebra, goleiro para a pelada com os amigos, um chef de cozinha para aquele almoço especial e até mesmo um ser humano para um encontro “romântico” (vai dizer que não conhece o Tinder?).
O FENÔMENO DA UBERIZAÇÃO NA LOGÍSTICA
O Uber tinha a pretensão de transformar a maneira como as pessoas se locomoviam, conectando donos de automóveis e pessoas que precisavam se deslocar. Mas acabou tornando-se um conceito de serviços. Uma espécie de curador.
O fenômeno da Uberização gira em torno da economia compartilhada e permite que pessoas comuns ofereçam serviços por meio de plataformas online, oferecendo um modelo de negócios que está impactando também o setor logístico.
As pessoas estão cada vez mais conectadas, bem informadas e exigentes. Como tendência, estão aderindo mais à compras online e, com a promessa do frete grátis, que já disse nesse artigo que não existe, as empresas precisam arrancar coelhos da cartola fazendo verdadeiros malabarismos para equalizar os custos, mas sem contrariar a expectativa do cliente que espera receber o produto de desejo o mais rápido possível.
A UBERIZAÇÃO CHEGOU PRA FICAR
Com tecnologia à disposição, o momento 4.0 exigiu uma nova maneira de fazer logística. Diante desse cenário, a Uberização logística, que já é uma realidade presente, faz cada vez mais sentido.
Engana-se quem pensa que o fenômeno tem força apenas nos centros urbanos, atendendo ao web varejo e ao varejo físico que oferta a comodidade da compra por aplicativo e entrega na última milha.
A Uberização está presente em todos os setores e com abrangência global através, não só, mas principalmente das transportadoras digitais.
Que são plataformas de carga por aplicativo no celular do caminhoneiro e do embarcador. Esse publica a demanda: tipo de carga, peso, volume, destino, frete e outras particularidades da carga e na outra ponta o motorista analisa a oferta podendo dar o não aceite.
Com a contratação online, a plataforma “Uberizadora” garante geolocalização do motorista e reputação dos envolvidos sendo construída entrega a entrega. Excluindo do processo o tradicional atravessador que fazia a negociação a um percentual de até 30%.
Além disso a tecnologia provê mais segurança, Dashboards de KPI`s, rastreamento interativo, comprovantes de entregas, tarifas flexíveis, roteirização inteligente e o mais importante: a reputação.
Na melhor forma Black Mirror de interação, joinha, estrelas e depoimentos passam a ser o produto de maior valor buscado por todos que queiram estar bem posicionados pelos algoritmos, garantindo sua continuidade no jogo, visto que, a reputação das partes estão visíveis para todos.
SERÁ O FIM DAS TRANSPORTADORAS DE CARGAS?
Apesar das plataformas como Uber e Airbnb terem revolucionado seus mercados, os táxis não morreram e os hotéis continuam aí, mas com uma diferença: estão tendo que se reinventar para oferecer serviços melhores e com custo mais competitivo.
As transportadoras digitais e outros aplicativos de Uberização logística não acabarão com as transportadoras, mas as obrigarão (na verdade já estão obrigando) a repensar seus serviços do ponto de vista da tecnologia, processos, qualidade, pessoas e custos.
Com quase 2 milhões de caminhoneiros no Brasil, sendo 67% autônomos e apenas 33% empregados (levantamento da Confederação Nacional dos Transportes (CNT)), todos conectados em seus smartphones e com conectividade, a Uberização tem um campo de crescimento exponencial pela frente.
A UBERIZAÇÃO 2.0
O mundo muda em velocidade exponencial e a Uberização 1.0, como conhecemos, parece estar com seus dias contados. Contudo não se sabe ainda o que vem pela frente.
Com a centralização acentuada do poder nas plataformas de serviços, seus usuários já começam a manifestar muitas insatisfações à intermediação pautada no poder, uma vez que Uber, Youtube, Instagram e outras plataformas mudam as regras do jogo sem prévio aviso.
Nasce de toda essa efervescência a busca por algo novo, o que já se dá o nome de Uberização 2.0. É a Uberização da Uberização. Onde as plataformas também possam ser avaliadas e não só fornecedores e consumidores.
Pense em algo construído por toda a comunidade, mais colaborativo e vivo.
Uma plataforma assim não teria repasses e, os usuários, donos de seus dados e reputação, poderiam migrar para outras plataformas quando quisessem.
Parece impossível?
A verdade é que tudo parece impossível até ser criado.
Fornecedores e consumidores estão em uma jornada tecnológica e colaborativa.
Para aqueles que desejam manter seus negócios competitivos, rentáveis e vivos, devem entrar rápido nesse trem chamado UBERIZAÇÃO.
Até a próxima!
Achiles Rodrigues