“Sem logística nem a vida existiria, imagina sua empresa ou carreira”.
Li essas palavras em uma “Pop-Up” patrocinada que apareceu na timeline do meu Instagram. Acho que os caras estavam vendendo curso de Excel e dashboards para analistas de logística.
“Os cara são loco”. Pensei alto comigo mesmo. Deixa o pessoal do comercial ou da manufatura ouvir isso. Vai dar ruim.
É tipo discutir o dilema do que vem primeiro, o ovo ou a galinha. Uma discussão eterna.
Por outro lado, pensando um pouquinho melhor e deixando de lado a rivalidade, devemos considerar que a logística há séculos é reconhecida como a Ciência dos detalhes e parte estratégica essencial na arte da guerra.
E, no Brasil, com a estabilização da moeda na década de 1990, somada aos avanços na tecnologia da informação nos anos 2000 (entre outros acontecimentos), a logística passou a ter um espaço ultra importante nas mesas de negociação e planejamento das empresas.
A logística que já foi limitada apenas a transporte, evoluiu demais. Hoje, já é concensso que o transporte é só mais uma etapa da cadeia logística, que permeia todos os momentos de um negócio — do planejamento primário até a repetição da venda.
E o mercado nunca foi tão consciente quanto a isso.
UMA GUERRA LOGÍSTICA NADA SILENCIOSA ESTÁ ACONTECENDO
No mundo novo e atual, uma “guerra” nada silenciosa vem transformando à maneira como nos relacionamos, fazemos negócio e consumimos.
E não é somente por conta da pandemia por coronavírus, essa, acelerou e potencializou decisões sim, no entanto, a grande revolução logística já estava em curso de maneira acelerada e intensa.
Especialmente no varejo, todos os dias surgem notícias novas de alguma grande empresa comprando (de novo) uma startup de logística, enquanto outra abre dez, vinte ou trinta novos centros de distribuição para aproximar o estoque dos clientes.
Entregas acontecendo em menos de 24 horas, com frete grátis, com opção de o cliente retirar no ponto de apoio mais próximo, caso deseje.
Entregas compartilhadas, logística de Crowdsourcing e toda informação de rastreamento totalmente à disposição do consumidor.
Na contramão do que vinha sendo feito nas últimas décadas embarcadores estão novamente adotando a estratégia da frota própria, ferramentas poderosas como a Torre de Controle e Gestão 4.0 mudam a história das empresas, tecnologias de ponta surgem reforçando o momento da indústria e logística 4.0 e a multimodalidade e multicanalidade vem se tornando lugar comum.
Na cidade onde eu nasci, lááá no interior, às pessoas diriam que “é cobra engolindo cobra”.
Qualquer um que queira resultados diferentes ou melhores do que vem fazendo nos últimos anos, precisará melhorar, aumentar, potencializar o poder “bélico” da logística de sua empresa, para que não seja atropelado por um dos gigantes que vem guerreando essa guerra em alto nível.
Como fazer isso?
Seja ágil, inove seus processos e aposte em gente subversiva.
COMO EMBARCAR MINHA EMPRESA NESSA REVOLUÇÃO?
A verdade é que as empresas estão em uma corrida para cativar, apoiar e fidelizar seus clientes.
No fim, tem tudo a ver com eles; os clientes!
Para uma empresa figurar entre as mais lucrativas, rentáveis e estáveis atualmente, deve estar muito atenta aos desejos, anseios e expectativas de seus clientes.
O comportamento mudou. Estamos mais bem informados, mais conscientes sobre nossas responsabilidades com todo o ecossistema, nesse sentido, nossos relacionamentos também mudam, especialmente com as marcas que consumimos.
O propósito, missão e valores não podem mais ser algo interno, às vezes tão interno, que nem mesmo a equipe consegue reproduzi-los verbalmente.
Os clientes querem saber quais causas a marcas que eles consomem apoiam, que valores defendem e qual propósito norteia o negócio.
E para que isso seja legítimo, antes de olhar para fora, para os clientes, é preciso olhar para dentro, para o propósito, processos e ainda mais importante; às pessoas.
Nesse sentido, a frase da pop-up que citei na abertura do texto, faz todo sentido, pois, logística é lógica, tempos, movimentos, eficiência; logística é vida.
quais valores A LOGÍSTICA apresenta que podem ser copiados?
O cuidado com lógica, tempos, movimentos e eficiências, é em certa medida, tudo que uma empresa moderna precisa ter para cumprir sua missão de cativar, apoiar e fidelizar seus clientes.
Um negócio de sucesso precisa ter e ser:
- Propósito e porquês claros: e esses tem que ser simples e diretos. Devem estar claros e precisam ser lógicos;
- Ser ágil: não no sentido apenas de rapidez, mas de destreza e adaptação em termos de Mindset, processos e estratégias, nesse sentido, tempos são importantes, movimentos são vitais;
- Eficiencia: uma empresa eficaz é aquela capaz de atingir o resultado da maneira mais econômica possível, com menos tempo e menos recursos.
E por essas e outras tantas, a logística vem se tornando a área mais importante de uma empresa.
Além do quê, custa caro para fazer uma logística bem-feita, e, ainda mais caro fazê-la mal-feita.
Pois, além de atravancar os processos internos, desgasta a reputação, consome recursos e faz com os clientes comprem do concorrente.
Para evitar todas essas perdas, o mercado vem desenvolvendo mecanismos, tecnologias, sistemas, processos e métodos para que os clientes se sintam realmente a parte mais importante da cadeia.
O que naturalmente passa por:
Produtos ou serviços de qualidade, entregas rápidas, na quantidade exata da compra, com informações de rota ao alcance de um clique e no custo ideal.
“Malabarismos” que obrigam os gestores a pensar fora da caixa e inovar em todo o tempo para fazer da logística uma área de encantamento: a área mais importante de qualquer negócio.
Até à próxima!
Achiles Rodrigues
SOBRE O AUTOR:
Achiles Rodrigues é consultor de logística sênior e especialista em implementação de Torres de Controle e Gestão 4.0.
É colunista da Revista Mundo Logística e fundador do blog: clubedalogística.com.br.
Com mais de 20 anos de experiência em gestão, desenvolvendo soluções customizadas que se adequam a realidade do cliente, visando sempre preparar o time para performance, eficiência, segurança e redução dos custos.