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Metaverso: como será a evolução da logística e das torres de controle nessa era 5.0

A quinta revolução industrial passará inevitavelmente pelo Metaverso. Ou seria o metaverso o estopim para a quinta revolução industrial?!

Ao final deste artigo você estará apto a responder a essa pergunta e vai saber também: o que é metaverso, como embarcar nessa revolução e quais serão suas implicações para a vida, negócios, logística e torres de controle.

Aperte os cintos. Ou melhor; ajuste seus óculos de realidade virtual que a jornada vai começar.

O que é metaverso?

Em linguagem simples pode ser compreendido como uma mistura de realidade aumentada e vivência em ambientes virtuais. Uma realidade paralela influenciada pelo real, que, de igual modo influenciará também nossa realidade física em um looping constante.

Obra de ficção? Não exatamente.

Uma verdadeira evolução das atuais redes sociais, onde, a mescla de real e virtual será muito mais intensa.

O que já foi tema de ficção científica e devaneios de sonhadores hollywoodianos tornou-se o centro das atenções em todo o mundo desde que tio Mark, ou melhor, o Facebook anunciou a mudança do seu nome para Meta (do grego, “além de”).

Desde então falar de Metaverso tornou-se sinônimo de futuro, inovação, disrupção

E não é para menos. Uma experiência capaz de responder aos nossos anseios mais ancestrais de viver outras vidas não é pouca coisa.

Imagine como é viver na pele de um avatar em uma vida paralela onde aspectos do mundo virtual “materializam-se” através de óculos especiais em total conexão com a vida real?

Ual! Segure aí na sua cadeira…

Estamos falando por exemplo de telemetria permitindo que sensores levem ao metaverso características da nossa realidade, como temperatura, umidade e vibração.

Não é incrível?!

Nesse admirável mundo novo chamado metaverso, a partir de nossos avatares poderemos não só comprar, vender, nos relacionar, viajar, nos divertir, trabalhar, mas, também e, principalmente; fazer amor.

Não acredita?

Pois saiba que empresas já estão começando a oferecer serviços de namoro que envolvem realidade virtual com seus avatares que se conheceram dentro dos mundos digitais.

O METAVERSO NÃO É UMA NOVIDADE, VOCÊ SABIA?

Pois é caro leitor, o escritor americano Neal Stephenson cunhou o termo no livro Snow Crash. Lá Stephenson faz um jovem entregador de pizza deixar uma vida comum no mundo real para se transformar em um príncipe guerreiro no metaverso.

E não foi só os livros que previram o metaverso. O caminho foi conceituado e “pavimentado” também por filmes e jogos.

O filme “o jogador número 1” de Steven Spielberg lançado em 2018 (sugiro assistir se ainda não viu) conceituou brilhantemente, e, até com certa profecia; como será o metaverso.

De outro lado jogos como Second Life, Roblox, Fortnite e Minecraft, onde jogadores podem criar vidas paralelas em um ambiente virtual, pavimentaram de vez o caminho para esse novo mundo.

Os jogos já traziam lá atrás conceitos de avatar, moeda e espaço virtual, bem como marketplaces para viabilizar as transações.

Qualquer semelhança com o metaverso moderno não é mera coincidência.

E, claro que depois de algumas décadas e com o avanço tecnológico de software, hardwares, simuladores em 3D, redes (internet), moedas (criptos), segurança (blockchain) e outras novidades, o futuro do metaverso se mostra muito mais favorável.

MAS E AÍ, JÁ POSSO ENTRAR PARA O METAVERSO?

Essa é uma pergunta cada vez mais presente e urgente no nosso dia a dia.

Uma vez que empresas estão comprando terrenos virtuais, marcas lançando coleções de roupas exclusivas e até casamentos acontecendo por lá, tudo isso nos faz pensar — será que eu já não estou atrasado?

Não, não está.

Contudo, porém, entretanto, todavia…

Se você faz parte daquele grupo mais antenado, ansioso, desbravador e já deseja cair pra dentro, terá que começar pelo universo dos games.

São eles que por enquanto simulam o metaverso.

Acesse uma plataforma Roblox, Fortnite ou Minecraft e poderá criar seu avatar e construir um mundo todinho para chamar de seu.

No entanto, esse ainda não é o metaverso unificado prometido pelo tio Zuck. São versões separadas de metaverso que no futuro com certeza serão integradas.

Você pode fazer como algumas empresas (pessoas físicas também) e escolher um metaverso para começar a investir em compras de terrenos virtuais, compras de tokens diversos (NFT’s), ações de empresas que estão apostando em metaverso, fundos de investimento e criptomoedas.

Porém, saiba que a popularização definitiva do metaverso depende ainda de computação quântica (os mapas e programações exigem), internet 5 ou 6G, barateamento dos óculos de realidade virtual e pequenas mudanças culturais que virão com facilidade nessa esteira de transformações inevitáveis.

QUAL O IMPACTO NA LOGÍSTICA E COMO AS TORRES DE CONTROLE SE BENEFICIARÃO DESSE AMBIENTE

Se você chegou até aqui já entendeu que o metaverso está a caminho e será um lugar incrível para se relacionar, consumir e fazer negócios.

Pense em um único, gigante, capilarizado e democrático marketplace — ambiente propício para entretenimento, interação, convivência, jogos, compras, publicidades e…

Cara, o céu é o limite!

Quem será diretamente impactado?

O mercado como um todo. Mas, especialmente os meios de pagamento. Aquilo que chamamos de experiência dos usuários. O registro de transações que estarão a cargo do blockchain e, claro, como vetor de tudo —, a logística.

Posso dar um depoimento?

Eu já estou em um metaverso.

Construí um avatar. Eu o concebi o mais próximo possível da realidade. Colete vermelho, tênis combinando com o colete, camiseta branca básica, jeans azul e óculos de sol (+ acessórios que troco conforme contexto).

Sabe o que aconteceu na vida real?

Eu comprei colete e tênis, camiseta, calça, toca, óculos, boné e tudo mais capaz de me deixar parecido com meu super avatar.

Veja a imagem abaixo a título de ilustração apenas… Sem piadocas okay! Sei que é bem brega, mas, enfim, voltemos pro texto.

Imagine como será no metaverso — seu avatar será impactado por marcas e empresas no ambiente virtual.

Poderá entrar em uma loja e experimentar um tênis, roupa, acessórios — na cor, modelo, e tamanho.

Poderá dirigir um carro novo, viver uma experiência, fazer uma viagem e, se gostar, realizar a compra, vestir seu avatar, e, receber em casa, retirar na loja e ter as mesmas peças no figital (físico + digital).

E a logística será parte ainda mais fundamental nesse “novo cenário”.

A LOGÍSTICA LAST MILE SERÁ DIFERENCIAL COMPETITIVO

O cliente atual, no momento que você lê esse artigo, já é alguém ultra conectado, bem informado, exigente e muito ansioso.

Antes de comprar ele compara preços entre concorrentes, consulta reputação em sites de reclamação, verifica a pegada verde e cultural da empresa e principalmente o tempo de entrega.

Estamos diante de clientes que querem qualidade incrível, entrega rápida (em até duas horas se estiver em grandes centros), frete grátis e um código de rastreio para acompanhar sua compra e contingenciar sua ansiedade.

Nesse sentido, a last mile se tornou marketing. Falei sobre isso aqui.

Agora, imagine os clientes em dois ou três anos, quando todos estiverem no metaverso!

A logística, ou melhor, a organização da cadeia de supply chain em todas as suas fases e estratégias deverá estar extremamente organizada na mesma lógica.

Pois, a comoditização de tudo esmagará as margens, assim, a única forma de ser competitivo e rentável estará a cargo da eficiência e performance operacional.

NA ERA DO METAVERSO AS TORRES DE CONTROLE SERÃO AINDA MAIS FUNDAMENTAIS

No metaverso, a interação com os usuários em um ambiente tridimensional, possibilitará análises e buscas de melhores alternativas e soluções para as demandas logísticas.

Nesse sentido, embarcadores e transportadoras de forma colaborativa deverão estar engajados, visto que, o cliente vai querer acompanhar a empresa separando seu produto, carregando a carga, o veículo no trajeto e a chegada em seu destino, e, tudo isso, em tempo real via óculos de realidade virtual.

Os hubs de inteligência e informação logística que chamamos de torres de controle serão ainda mais tecnológicos, processuais, humanizados e a serviço da experiência dos usuários.

COMO SE PREPARAR PARA ESSA INEVITÁVEL TRANSFORMAÇÃO

Mentalidade, cultura e comportamento de inovação são o primeiro passo.

Em plena era 4.0, 87% das empresas ainda estão encarceradas na bolha 3.0 — com computadores (hardwares e softwares) conectados a internet, mas, ainda sem acesso a inteligência artificial, internet das coisas, big data e tudo que envolve a quarta revolução.

E não é porque essas tecnologias são caras e inacessíveis.

O motivo real está em líderes com mentalidade 3.0 tomando decisões. Cultura do — sempre fizemos assim e vem dando certo e, — comportamento procrastinador que sempre posterga a busca por inovações mínimas.

Como iniciar a transformação hoje para estar cada vez mais perto do inevitável amanhã?

Comece a construir o que nossos amigos Sandro Magaldi e José Salibi Neto escreveram no livro “Gestão do amanhã“: construa um motor 2 que possa substituir o motor 1 ou mesmo criar outro negócio (mais ou menos isso).

Ou seja:

  • Comece a colocar sua logística online — todos os dados de tempos e movimentos em uma tela de consulta rápida e de fácil compartilhamento;
  • Busque tecnologia mínima, mas, mais importante, tecnologia que possa estar integrada ao ecossistema do seu negócio;
  • Padronize seus processos e aplique conceitos ágeis em toda a cadeia;
  • Estabeleça a cultura enxuta onde desperdícios são eliminados antes de cortar custos;
  • Prepare as pessoas e traga sangue novo para oxigenar a equipe;
  • Comece a trabalhar com fornecedores que tenha tecnologia embarcada nos ativos;
  • Quando contratar fornecedores e parceiros comece a adotar as boas práticas de mercado para tecnologias embarcadas, ESG, custos fixos e variáveis e segurança.

A quinta revolução não tarda a chegar. O futuro chegou e ele está e estará cada vez mais no nosso dia-a-dia. Não espere ficar obsoleto.

Embarque nessa espaçonave chamada metaverso.

Até a próxima!

Achiles Rodrigues