Nas últimas semanas entregadores de aplicativos se mobilizaram para pressionar grandes empresas uberizadoras como iFood, Uber Eats e Rappi a melhorar as condições de trabalho e o valor das corridas.
Além de greves e protestos, os profissionais do delivery estão se organizando em busca de um caminho alternativo: um aplicativo de entregas próprio através da criação de uma cooperativa.
O que já não é nenhuma invenção da roda, pois, baseia-se em modelos como a Mensakas: App de delivery criado em Barcelona à partir de greves como a que estamos vendo por aqui.
É a já conhecida economia do compartilhamento ou cooperativismo de plataforma. Termo cunhado em 2014 pelo professor e ativista Trebor Scholz, da The New School, nos Estados Unidos.
Um modelo mais popular que busca a democratização dos serviços digitais, baseado-se na copropriedade e na gestão compartilhada.
A UBERIZAÇÃO 2.0 CHEGOU
A uberização 1.0 como conhecemos, parece estar com seus dias contados.
Os usuários de grandes plataformas de serviço como iFood, Uber Eats, Rappi, e porque não incluir Youtube, Instagram e o próprio Uber viagens, começam a manifestar muitas insatisfações diante da intermediação pautada exclusivamente no poder.
O nascimento da uberização 2.0, busca algo novo. A Uberização da Uberização.
Onde os ganhos passam a ser melhor compartilhados e as plataformas também possam ser avaliadas e não só fornecedores e consumidores.
Algo construído por toda a comunidade, mais colaborativo e vivo.
Uma plataforma assim não teria repasses e, os usuários, donos de seus dados e reputação, poderiam migrar para outras plataformas quando quisessem.
O que parecia utopia, já apontou no horizonte e vem ganhando forças em velocidade exponencial.
PODE ACONTECER COM A LOGÍSTICA TRADICIONAL?
A pergunta não é se pode acontecer, mas quando.
A uberização 1.0 já está presente na logística “tradicional” há tempos, através das plataformas de carga por aplicativo no celular do caminhoneiro e do embarcador, que publica a demanda: tipo de carga, peso, volume, destino, frete e outras particularidades da carga e na outra ponta o motorista analisa a oferta podendo dar o não aceite.
Quanto tempo você acha que demora para que o que estamos vendo com os profissionais do delivery chegue também nos caminhões, trucks e utilitários?
Com quase 2 milhões de caminhoneiros no Brasil, sendo 67% autônomos e apenas 33% empregados (levantamento da Confederação Nacional dos Transportes (CNT)), todos de posse de um smartphone e com conectividade.
A Uberização 2.0 tem um campo de crescimento exponencial pela frente.
Aguardemos as cenas dos próximos capítulos.
E você, o que acha que vai acontecer?
Até a próxima!
Achiles Rodrigues!