Antes de concordar ou discordar do que você leu no título, responda com sinceridade as perguntas abaixo e prove que estou errado:
- Quantos pedidos foram atendidos por dia no último mês? Sabe o percentual atendido completo e o percentual atendido no prazo acordado (OTIF)?
- Consulte rapidamente em seu celular ou relatório gerencial: qual foi a ruptura de estoque? Produtividade do armazém? Eficiência do picking? Produtividade média dos caminhões?
- Tem aí no gatilho a distância percorrida da frota, volume transferido ou entregue, tamanho da entrega por veículo (drop size)? Conhece o índice de No show?
Vou tentar facilitar:
- A conta frete do último mês, quanto foi? Qual a acuracidade com o que foi planejado? Quanto gastou com frete spot (extra)?
- Conhece esses números por dia, semana, quinzena, região? Existe uma sazonalidade crítica dentro do mês?
Se você não respondeu à essas perguntas simples do dia-a-dia da logística, mesmo que fazendo uma consulta rápida em seus relatórios ou sistemas, sua logística não é guiada por dados e corre um sério risco de não estar sendo guiada, mas levada pela “sorte”.
OS DADOS SÃO O NOVO PETRÓLEO
“Data is the new oil”
A famosa frase proferida pelo matemático londrino Clive Humby: Data is the new oil ou em tradução livre: Os dados são o novo petróleo, agitou o mundo dos negócios e tornou-se um mantra na boca de executivos, especialmente os entusiastas da Big Data.
Uma verdade que carrega um problema prático.
Assim como encontrar petróleo, ter dados a disposição não gera riqueza por si só.
Explico.
Um campo de petróleo só gerará riqueza depois de explorar, extrair óleo bruto e cuidar de toda logística envolvida.
Com dados não é diferente.
Eles são de fato o novo petróleo, porém, uma empresa que gera um grande banco de dados, mas, não sabe como extrair, minerar, tratar, aprimorar e transformar esses dados em informações úteis para a tomada de decisão, não gera riqueza alguma.
E no mundo moderno, ou você guia teu planejamento, decisões e recursos através de dados, ou sua operação logística estará fadada ao fracasso.
Para guiar sua empresa e operação logística será preciso não só gerar dados, mas, aprender a Minerar esses Dados transformando-os em riqueza.
O QUE É MINERAÇÃO DE DADOS
Mineração de Dados ou Data Mining, é o processo responsável por transformar grandes quantidades de dados brutos em insights.
No mundo da informação é o que permite empresas como Google e Facebook através dos seus super algoritmos determinarem desejos e expectativas prevendo nossos comportamentos.
PARA QUE SERVE O DATA MINING
Para localizar padrões, conexões, anomalias ou correlações.
O processo de Data Mining permite encontrar problemas, hipóteses e oportunidades capazes de suportar a liderança na tomada de decisão, bem como apoiar o planejamento a curto, médio e longo prazo.
TRANSFORMANDO DADOS EM OURO
Números são “burros” por si só. É preciso transformá-los em informações simples para que qualquer pessoa em contato com eles entenda o que querem dizer, de onde estão vindo, e melhor, para onde deveriam estar indo.
Só assim é possível transformar dados em ouro…
COMO APLICÁ-LO A LOGÍSTICA
Cada item produzido, embarcado em um veículo para um CD, estocado em um armazém, faturado para um cliente, carregado em um caminhão para a entrega; o desempenho do caminhão em trânsito, a descarga no cliente e o feedback desse cliente; gera um histórico de informações.
São dados valiosos sobre o comportamento da cadeia.
Ao minerar esses dados é possível entender onde estão as perdas, prever gargalos e antecipar oportunidades.
Com esses dados é possível decidir se, deve-se melhorar as vendas em uma região específica. Renegociar, ou mesmo deixar de atender uma região ou cliente que vem dando prejuízo. Onde fazer os investimentos ou se o custo do produto está em consonância com a estratégia o posicionamento do negócio.
COMO CASCATEAR PARA A OPERAÇÃO
Criar mecanismos de gestão à vista com quadros ou televisões onde as metas os indicadores estejam disponíveis em tempo real é um caminho interessante.
Contudo, sem reuniões rápidas de bom dia no início cada turno, onde se discute os números, metas e desafios; os colaboradores podem olhar todos os dias para esse painel e não entenderem nada.
Esses podem se tornar parte da paisagem. E se tornam na maioria dos lugares.
Outra medida bastante efetiva e utilizar as ferramentas de mensagem rápidas e instantâneas como WhatsApp e Telegram para dividir e discutir KPI’s e relatórios gerenciais em grupos com esse foco.
QUAIS OS INDICADORES MAIS IMPORTANTES
Copiar os indicadores que uma empresa xis utiliza para medir seu desempenho nem sempre é o melhor caminho. Naturalmente, se tratando de logística, existem aqueles que são comuns a todos, no entanto, é preciso customizar.
Customizar não só quais indicadores, mas principalmente os percentuais a serem perseguidos em cada um deles. É vital que exista uma meta SMART: S (específica), M (mensurável), A (atingível), R (relevante) e T (temporal).
Entendido esses princípios, no próximo artigo, quero trazer os indicadores mais importantes que devem fazer parte da logística.
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Dados são de fato o novo petróleo, quanto a isso não existe divergências. Mas, saber minerá-los transformando-os em informações práticas, simples e inteligentes é onde está a verdadeira criação de riqueza.
E aí na sua empresa, como vocês tem guiado o negócio?
Até a Próxima!
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Achiles Rodrigues
Quem é o autor:
Sou consultor de logística a mais de 20 anos e ajudo empresas e ajudo empresas a reduzir os custos logísticos sem “cortar na carne”, de forma segura e sustentável.
Entre em contanto comigo e saiba como estruturar sua empresa com uma Torre de Controle logístico para acabar com os gargalos, maximizar tempos e movimentos e reduzir os custos logísticos na casa de 30%.