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TORRES DE CONTROLE: A NOVA ONDA TRANSFORMADORA

A nova economia é digital, acelerada, focada na jornada do consumidor e reclama um novo jeito de se fazer negócio.

logística (e já não é de hoje) se tornou fator de encantamento e fidelização do cliente e reivindica novas abordagens de estratégia, vendas e marketing.

Não se fala mais em físico e digital — é figital. Não é mais customer service — é customer experience. Não é mais intermodalidade — é multimodalidade. Multichannel é coisa do passado — o presente é omnichannel. Central de monitoramento é produto da era das cavernas — torres de controle e gestão 4.0 são as novas joias da coroa…

Imagine como deve ser angustiante não ter a visão completa e online da cadeia logística em poucas telas, de forma integrada e ao alcance de um clique, com todos os dados organizados em tempo real e de forma inteligente?

Era exatamente o que acontecia no dia a dia dos antigos Egípcios, Incas, Astecas e dos povos das primeiras revoluções industriais…

Tá bem! Concordo que dei uma pequena exagerada.

Mas, só em partes, pois, às torres de controles estão bastante popularizadas, entretanto, ainda existem muitas empresas por aí numa total escuridão de dados.

E isso, em plena era da informação.

Aperte os cintos que vamos embarcar em uma revolução que está prestes a acabar.

NINGUÉM QUER UMA TORRE DE CONTROLE E EU ENTENDO

Você não quer uma torre de controle. Aliás, ninguém quer. Nem você, nem sua empresa, nem seu concorrente. Ninguém.

O que você e todo mundo quer é ter sua operação online e ontime, de modo que suas decisões sejam facilitadas e você nunca mais tome “bola nas costas” ao descobrir só no outro dia que a operação falhou —, e pior, descobrir isso através de seu cliente.

Poxa Achiles, estou aqui lendo um artigo que se propôs a falar da evolução das torres de controle e você já começa dizendo que eu não quero uma?!

Fiquei confuso.

Calma! eu explico.

Você não quer exatamente uma torre de controle.

O que você quer e precisa é garantir excelentes níveis de serviço, equilibrados aos custos de servir, ou seja, uma operação logística que encante e fidelize o cliente e esteja totalmente dentro do orçamento.

Em outras palavras, você quer e precisa de CONTROLE, VISIBILIDADE E PREVISIBILIDADE de toda sua cadeia logística, que, aliado a tecnologia ideal, dados a disposição, processos padronizados e pessoas preparadas, garantirão a acuracidade do planejamento e gestão dos ciclos de suprimentos, do pedido, do transporte e do cliente.

O que, na prática, é a razão de se ter uma Torre de Controle e Gestão 4.0, pois é isso que ela entrega.

A ORIGEM DA TORRE DE CONTROLE E GESTÃO 4.0

Vamos relembrar de forma resumida o que é e a que se se dedica uma torre?

Torre de controle e gestão 4.0 é um conceito/ferramenta que tem sua origem na aviação.

Hoje em dia é impensável organizar o tráfego aéreo sem as emblemáticas torres de controle presentes em todos os grandes aeroportos do planeta.

E foi somente na década de 1920 que a primeira torre de controle aéreo do mundo foi erguida no então principal aeroporto de Londres, que ficava em Croydon, cerca de 20 km ao sul da capital.

Inicialmente os primeiros pilotos comerciais voaram em aviões militares convertidos, e só podiam fazê-lo quando as condições meteorológicas fossem adequadas.

Mas, quando o número de voos comerciais começou a aumentar, obedecendo datas e horários rígidos, surgiu a necessidade de voar em diferentes condições.

A partir desse momento, quando não era mais suficiente que os pilotos se guiassem por seus próprios olhos e por mapas, a recém-formada Comissão de Navegação Aérea Internacional estabeleceu que os principais aeroportos deveriam enviar e receber boletins meteorológicos.

A partir de então, as torres com seus controladores coordenam os movimentos de milhares de aviões, direcionando rotas em caso de mau tempo e decidindo quando as aeronaves devem pousar e decolar, tentando evitar atrasos — mas, acima de tudo, acidentes.

Qualquer semelhança com a necessidade do surgimento da torre de controle para operações logísticas modernas não é mera coincidência

A torre na logística visa gerir a cadeia de suprimentos de ponta a ponta com todas às suas complexidades: compras, manufatura, estoques, janelas, tempos e movimentos, carga e descarga, motoristas e separadores, caminhões, máquinas produtivas diversas, planejamento etc.

DESMISTIFICANDO A TORRE DE CONTROLE

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O papel da torre é estar como um hub de informações, de integração e inteligência logística.

Alicerçada nos pilares de tecnologia, processos e pessoas, e, monitorando toda a cadeia e dando inputs online e realtime. Garantindo desse modo que o plano de voo, isto é, aquilo que foi planejado, aconteça na prática.

— Achiles, nós temos uma central logística que tem esse viés. Temos uma torre controle?

— Essa central tem tudo integrado de modo que a visibilidade é online e as correções de desvios e ofensores ontime?

Se a resposta for não, você não tem uma torre de controle e gestão 4.0. Você tem uma central logística que faz “autópsia operacional”, ou seja, dirige o “carro” chamado negócio, olhando pelo retrovisor.

— Essa central tem tudo integrado (sistemas), visibilidade de dados online, contudo, sem correções de desvios e ofensores ontime?

Se a resposta for sim, o que você tem é uma central de dados e não uma torre de controle. Pois, não controla as operações tratando os desvios e ofensores. Tem até um painel que os mostra, entretanto, nenhum controlador realiza acompanhamento e intervenções ontime.

— Essa central tem visibilidade de dados online, correções ontime dos desvios, porém, os desperdícios operacionais ainda incomodam, ou seja, para entregar os níveis de serviço sua empresa ainda precisa estourar o orçamento?

Se a resposta for sim, você tem uma torre de dados online, com pessoas à disposição para corrigir desvios de forma ontime, no entanto, não existem processos padronizados para que se torne uma torre de controle e gestão 4.0.

Em síntese, só é uma torre de controle e gestão 4.0 se a central integrar: pessoas, processos, dados, estratégia e tecnologia, atuando diretamente nos ofensores para maximizar as eficiências da cadeia produtiva.

Acredito que você tenha relembrado o conceito de torre de controle já abordado em edições anteriores da revista, em minha coluna no blog da MundoLogística ou mesmo no meu blog pessoal: www.clubedalogistica.com.br.

Agora, vamos tratar da evolução da Torre de Controle e Gestão 4.0 – e o que está no seu horizonte tecnológico.

A PRÓXIMA ONDA DAS TORRES DE CONTROLE

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Como falamos, o mundo é novo e cada dia mais digital, tecnológico e globalizado.

Nessa nova economia, produto da era 4.0, fazer logística é se preocupar com marketing de encantamento de um cliente extremamente conectado, bem-informado e ansioso.

E, com a pandemia chegando ao fim — oremos —, herdamos um novo estilo de vida e um passivo econômico poucas vezes visto ou vivido.

Pessoas como prioridade, trabalho remoto ou híbrido, compras online, educação à distância, desemprego crescente e diminuição do poder de compra do consumidor.

A digitalização, o enxugamento dos custos e o fim dos desperdícios, que já eram mandatórios nas empresas do mundo pré-pandêmico, se tornaram questão de vida ou morte na nova economia pós-pandêmica.

Aliás, as torres de controle já eram verdadeiros objetos de desejo de diretores e C-levels que visavam implementar a ferramenta para maximizar nível de serviço e equalizar custos operacionais.

Naquela época eu já previa em meus artigos que quem não tivesse controle, visibilidade e previsibilidade da cadeia logística perderia espaço para a concorrência e teria dificuldades para se manter no mercado.

Muitas torres foram implementadas nesse meio tempo. Torres fakes — aquelas que tem cara de torre de controle, mas, não funcionam online e ontime (já falamos ali atrás sobre), e —, torres de controle com o viés correto, mas que encontram dificuldade para superar o primeiro quadrante de visibilidade da matriz conforme imagem abaixo:

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A partir da implementação de uma torre de controle, a primeira entrega esperada é o aumento de produtividade (primeiro quadrante). Aplica-se visibilidade operacional, logo, aumenta-se também as eficiências em todo o processo.

O segundo passo é a remoção do lixo com tomada de decisão alicerçada em dados e não mais no feeling do gestor.

Esse segundo quadrante é onde também estão “presas” a esmagante maioria das torres de controle. Na verdade, para ser mais preciso, essas estão na transição do primeiro para o segundo quadrante.

O caminho até o estado da arte é a maturidade da torre de controle (quarto quadrante).

Momento em que se cria oportunidades com soluções inovadoras com aplicações como machine learning, algoritimos inteligentes e alto nível de automação.

Período em que a máquina toma as primeiras decisões e a necessidade por pessoas analisando e decidindo se torna menor.

COMO ACELERAR A TRANSFORMAÇÃO DAS TORRES

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A cultura é o primeiro impasse

O primeiro e maior impasse dessa aceleração está na cultura. O “jeitinho brasileiro” presente na mentalidade das pessoas não é de tudo ruim — esse comportamento prático ajuda a solucionar problemas e superar barreiras existente apenas em terras tupiniquins.

Por outro lado, dificulta quando a assunto é fazer do jeito certo.

Explico!

Nós gostamos de um puxadinho. De resolver entre a gente. De “dar um jeito” nos problemas e ir se virando do jeito que dá.

No entanto, quando se implementa uma torre de controle é preciso ser processual, ágil e pragmático na solução dos problemas.

Transportadoras investem em equipamentos milionários, mas, tem dificuldades de investir em tecnologia capaz de rastrear em tempo real esse ativo para garantir maior segurança e performance.

Embarcadores executam projetos milionários para construir uma nova planta produtora ou distribuidora, mas, tem dificuldade para investir na contratação das melhores pessoas e/ou treinamento do time responsável por utilizar a tecnologia existente, desenhar e executar os processos internos.

Grande parte das empresas sonham em ter algoritmos poderosos, mas, mal sabem que algoritmos são processos: etapas que um computador usa para chegar a um resultado.

Uma receita de bolo.

O que significa dizer que para que a tecnologia resolva a vida das empresas é preciso antes ter todas às “receitas de bolo” catalogadas e prontas para alimentar os sistemas.

O que no fim, voltaremos novamente para às pessoas. Responsáveis por definir a estratégia, aceitar as mudanças, adotar tecnologia e desenhar/seguir os processos.

A conectividade é o segundo impasse:

Em um Brasil de dimensões continentais, são muitas áreas de sombra pelos rincões do país.

O que atrapalha a visibilidade, mas, que tende a ser corrigido com a tecnologia 5G (que em muito breve será uma realidade), somada ao barateamento das tecnologias satelitais.

A 5ª REVOLUÇÃO INDUSTRIAL VEM POR AÍ

Em um momento em que muitas empresas ainda estão tentando estourar a bolha 3.0 — revolução do computador e da internet — outras entraram na 4ª revolução e estão tentando entender como às maravilhas dessa nova era — Internet das Coisas, Data Intelligence, Blockchain, Uberização, impressão 3D, Machine Learning, Big Data e outras, podem ser utilizadas.

Acredito que o mundo, o primeiro mundo, nos próximos anos, embarcará na próxima revolução que muitos já chamam de 5.0. Uma mistura de tudo que estamos vendo hoje:

Impressoras tridimensionais (3D) imprimindo em escala carros, casas, próteses, ferramentas, peças de reposição, brinquedos e até órgãos humanos. O que diminuíra exponencialmente os estoques e trarão as fábricas para o CD’s;

Uberização 2.0 ou 3.0, conectando cada vez mais motoristas e embarcadores. O que ameaçara não só as transportadoras tradicionais, mas também as digitais, que hoje são “novidade”;

Internet das coisas propiciando capacidade computacional, de comunicação e conectando toda a cadeia à Internet. Trazendo benefícios como:

  • Monitoramento de cargas em tempo real;
  • Controle da rota dos veículos, garantido informação geográfica e on-line da carga e a provisão e até a evasão de atrasos gerados por congestionamentos e acidentes;
  • Gestão de estoque otimizada para domínio preciso do inventário;
  • Melhora no processamento e separação de pedidos para a entrega;
  • Controle preciso da frota, carga, armazém, e cadeia de suprimentos;
  • Agilidade na entrega da última milha;
  • Ligar ou desligar das luzes de um tanque à distância. Controlar a temperatura das máquinas por sensores e etecetera…

Veículos autônomos fazendo entregas e transportando pessoas. O que baixará exponencialmente os custos com gente e com manutenção. O que naturalmente melhorará os lucros. Além da maior qualidade na logística, uma vez que, com a já referida internet das coisas, haverá conexão com toda a cadeia, incluindo o cliente;

blockchain com todo potencial de revolucionar os negócios, através de um banco de dados descentralizado e distribuído com potencial de integrar os sistemas de transportadoras, seguradoras, gestoras de risco, gestoras logísticas, caminhão, cargas e clientes em uma rede comercial compartilhada e a custos menores.

Machine Learning, que pode ser traduzido para o português como “aprendizado de máquinas, trazendo redução da probabilidade de falhas e retrabalhos por erros de faturamento, roteirização, perda de agendas e entregas erradas, visto que a máquina/software aprende a todo momento. Aumentando a produtividade a partir da automação de todos os processos, garantindo uma produção padronizada e escalável, bem como a gestão das etapas logísticas:

  • O planejamento das melhores rotas de entrega;
  • O picking e packing para expedição;
  • A armazenagem e alocação de cargas nos armazéns;
  • Distribuição do produto no prazo, quantidade e qualidade combinado com o cliente, e, tudo isso no custo ideal.

Big Data, que em tradução livre significa grandes dados em português, mudará positivamente a logística e seu grande volume de dados operacionais históricos gerados. Podendo munir os tomadores de decisão, com informações sobre gargalos, demandas, erros, tempos, perdas em todas as etapas da cadeia logística. Apoiando na melhora exponencial de eficiência operacional, experiência do consumidor, custos e reputação da empresa.

E tudo isso regido no METAVERSO, que já foi chamado de utopia futurista que busca unir os mundos real e virtual, mas, que é cada vez mais realidade. Pelo menos no que depender de Mark Zuckerberg, que tem fama de cumprir aquilo que promete.

Seja como for, o futuro será digital, acelerado, focado na jornada do consumidor e com a logística cada vez mais como marketing estratégico.

Dito isso, nem preciso dizer que controle, visibilidade e previsibilidade será o mínimo.

Salvo se ainda quiser viver como viviam os Egípcios, Incas, Astecas e os povos das primeiras revoluções industriais…

Até à próxima!

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